Saíram os panos, as máquinas de fiar e os operários têxteis. Entraram designers, arquitetos, estudantes e artistas, ao abrigo do Laboratório de Curadoria, um projeto de Gabriela Vaz- Pinheiro, que está a transformar a antiga unidade fabril num "monumento para a cidade". Em entrevista à Agência Lusa, Gabriela Vaz-Pinheiro explicou que o projeto vai permitir criar "uma plataforma que permite aos artistas apresentarem processos de trabalho e criarem contacto com as audiências".
Num processo fluído, o Laboratório de Curadoria permitirá momentos de discussão, divididos em três etapas. A primeira arranca no próximo sábado, e vai chamar-se "Cruzamentos e Encenações". O segundo momento, a decorrer de junho a setembro, será o de "Documentação e Discurso", seguido por "Nomadismo e Disseminação", até dezembro.
A responsável pelo projeto explicou que a escolha do edifício fora do centro histórico é uma forma de "capacitação" da área. "O centro histórico de Guimarães é um valor seguro, bem vivido e bem tratado, mas não existe sem o que está à sua volta", explicou a arquiteta. No próximo sábado vai ser apresentado o trabalho desenvolvido no workshop de 30 dias "Construir Juntos", a cargo do coletivo EXYZT, coordenado pelo arquiteto Alex Roemer.
"Viemos para este espaço para criar o cenário do Laboratório de Curadoria", contou à Lusa o artista. Deste cenário faz parte um auditório em madeira, que está a ser construído com a colaboração de alunos de arquitetura da Universidade do Minho e da Faculdade de Belas Artes do Porto. Uma voluntária do projeto "Construir Juntos", Patrícia Gomes, descreveu o auditório que está a ser criado como um monumento para a cidade, não sendo só uma estrutura arquitetónica.
Estes "carpinteiros", revelou Roemer, "trabalham, comem, dormem e vivem dentro da fábrica" pelo que, à entrada do "estaleiro", foi construído uma camarata, também em madeira, com sala de trabalho comum, cozinha e tudo o que uma casa tem.
Agência Lusa